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Gestão

Planejamento 2024: Consolidando a gestão educacional ao longo do ano

Publicado em
27/2/2024
06min
Escrito por:
Ana Morais
💡 Dica: se a palavra estiver azul, ela é clicável e te leva ao link com mais detalhes!

Todos nós sabemos que ser diretor de escola é um trabalho para lá de difícil. Tão difícil que alguns até mesmo costumam chamar de missão. 

Pois é: além de assegurar as estratégias de negócio, o diretor também deve zelar pelo clima organizacional, garantir a execução do orçamento, ser guardião do projeto pedagógico e criar um sentimento de colaboração e equipe junto à professores, coordenadores, e corpo técnico da escola, isso sem falar nas relações com a comunidade e as famílias

Mas como é possível fazer tudo isso bem? 

Antes de mais nada, sempre dizemos aqui no Issac que o planejamento é tudo, inclusive, quanto melhor estiver a situação financeira da escola, mais tempo o gestor terá para se dedicar ao fortalecimento da gestão. 

Então, dimensão financeira assegurada, é goha do diretor partir para o trabalho ao longo do ano, sempre atuando de maneira sistêmica na gestão em suas 4 dimensões ( Comercial, Pessoas, Estratégia e Financeira, sabendo que a financeira deverá estar assegurada).

Uma dica inicial é colocar já no calendário interno as reuniões de análise e replanejamento, assim essa data não foge ao controle e permite que a gestão esteja alinhada com os marcos cronológicos da escola. Vamos aos principais pontos. 

  • Gestão escolar a partir de evidências da aprendizagem e engajamento

É a alma da escola. Ao fim do ano, as famílias querem saber se seu filho aprendeu o que era esperado para sua idade/série e , se não, o que a escola fez ou fará para não deixar gaps de aprendizagem. Reúne para sua reunião de gestão a cada período pedagógico, que pode ser ao fim dos ciclos bimestrais ou trimestrais, os dados de aprendizagem, simulados, fluxo, faltas e ocorrências. Compare esse dados com dados acumulados de anos anteriores, recomendamos no máximo a comparabilidade de 2 anos, pois há mudanças que se refletem nas avaliações e no currículo. Veja se é possível a equipe desdobrar por segmento, ano e série, e turma. Analisem juntos as turmas críticas e tracem um plano de ação onde os professores possam colaborar. O plano de ação é indispensável .

  • Comunidade escolar

Essa dimensão merece um cuidado especial, requer o calendário anual já definido a fim de garantir a participação das famílias. A estratégia de comunicação com é vital para que a gestão receba os insights que precisa permanentemente e possa dar respostas atentas e seguras, com a rapidez necessária ao logo do calendário escolar. Um fato preocupante é que cada vez mais escolas relatam que as famílias não lêem ou pouco lêem os comunicados, o que termina por criar uma sobre-demanda à gestão, então, escolha com cuidado a frequência dos envios, treine bem a pessoa responsável para que ela desenvolva o “tom de voz” adequado ao diálogo com as famílias e, principalmente monitore a temperatura dessas relações. Isso vai ter um impacto grande na rematrícula. 

  • Clima organizacional e sala de aula 

A gestão deve estar a par de como anda o clima da escola. Como os professores se sentem? O que está faltando ou sobrecarregando os docentes? Houve demissões ou fatos que abalaram o estado emocional do time? Qual o clima entre os profissionais e entre eles e os alunos e alunas? Como é trabalhar na sua escola?  Essas perguntas embora inquietantes precisam ser respondidas e tem também uma relação com a forma com que o gestor da escola atua. Busque dados, se possível encomende uma pesquisa de clima, pesquisa nos portais de empregos e dedique tempo à construção de uma relacionamento aberto e  colaborativo entre toda a equipe. Muitos gestores só lembram dos professores em Outubro, deixando essa gestao perdida o ano todo, o que gera um prejuízo enorme, principalmente quando chega às famílias. 

  • Além desses três tópicos, não esqueça de que todos os meses é necessário checar indicadores e dados macro. Essa tarefa é sua, gestor ou gestora! 

Não basta cuidar das burocracias rotineiras, mas também há que se observar mês a mês dados como: captação e atendimento, dados de marketing e mídias sociais, facilities e infra estrutura, tecnologia, custos fixos e variáveis, percentuais de desconto, inadimplência, absenteísmo, horas de treinamento e formação, entre outros. O melhor é fazer uma planilha e alimentar mensalmente esses dados a fim de facilitar o plano de intervenção, quando necessário. 

Outra coisa que o gestor escolar não pode esquecer jamais ao longo do ano é de ter um olhar para o mercado e inovação. 

  • Como está o mercado educacional na sua cidade e circunvizinhança? Há movimentos urbanos estratégicos? Para onde caminha a cidade e as escolas? 
  • Que inovações estão no radar da escola? Qual delas já foi analisada e qual melhor custo x benefício?  As plataformas e sistemas de ensino acessam sua escola o ano inteiro, desmobilizando a equipe, ou você já definiu um período específico para essas avaliações?
  • Tendências são importantíssimas de se observar ao longo do ano, pois em geral elas só podem ser implantadas nos anos seguintes. Que tendências sua escola está acompanhando? Quais delas apresentam mais aderência com a maturidade de sua escola?  

O trabalho no campo da gestão é intenso e profundo, exige muitas análises e aprofundamentos mais densos que nas profissões em geral, e por isso mesmo é encantador.  Consolidar esse estilo gerencial é um processo diário, exige disciplina, agenda confiável e foco nos resultados. Com objetivos assim, específicos e um estilo de gestão em funcionamento, é mais fácil “ter a escola na mão”. Não esqueça também de reservar um dia para trocar experiências com pares e lideranças, afinal, ser diretor de escola é aprender sempre. 

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escrito por
Ana Morais
Doutoranda em Educação, Mestre em Desenvolvimento e Formação de Pessoas pela UPE, executiva sênior em educação básica e superior, avaliação educacional, consultora, escritora, palestrante e especialista em competências e métricas educacionais. Experiência em redes de educação, formação de professores e desenvolvimento de equipes, para organizações educacionais e sociais.