Todos nós sabemos que ser diretor de escola é um trabalho para lá de difícil. Tão difícil que alguns até mesmo costumam chamar de missão.
Pois é: além de assegurar as estratégias de negócio, o diretor também deve zelar pelo clima organizacional, garantir a execução do orçamento, ser guardião do projeto pedagógico e criar um sentimento de colaboração e equipe junto à professores, coordenadores, e corpo técnico da escola, isso sem falar nas relações com a comunidade e as famílias.
Antes de mais nada, sempre dizemos aqui no Issac que o planejamento é tudo, inclusive, quanto melhor estiver a situação financeira da escola, mais tempo o gestor terá para se dedicar ao fortalecimento da gestão.
Então, dimensão financeira assegurada, é goha do diretor partir para o trabalho ao longo do ano, sempre atuando de maneira sistêmica na gestão em suas 4 dimensões ( Comercial, Pessoas, Estratégia e Financeira, sabendo que a financeira deverá estar assegurada).
Uma dica inicial é colocar já no calendário interno as reuniões de análise e replanejamento, assim essa data não foge ao controle e permite que a gestão esteja alinhada com os marcos cronológicos da escola. Vamos aos principais pontos.
É a alma da escola. Ao fim do ano, as famílias querem saber se seu filho aprendeu o que era esperado para sua idade/série e , se não, o que a escola fez ou fará para não deixar gaps de aprendizagem. Reúne para sua reunião de gestão a cada período pedagógico, que pode ser ao fim dos ciclos bimestrais ou trimestrais, os dados de aprendizagem, simulados, fluxo, faltas e ocorrências. Compare esse dados com dados acumulados de anos anteriores, recomendamos no máximo a comparabilidade de 2 anos, pois há mudanças que se refletem nas avaliações e no currículo. Veja se é possível a equipe desdobrar por segmento, ano e série, e turma. Analisem juntos as turmas críticas e tracem um plano de ação onde os professores possam colaborar. O plano de ação é indispensável .
Essa dimensão merece um cuidado especial, requer o calendário anual já definido a fim de garantir a participação das famílias. A estratégia de comunicação com é vital para que a gestão receba os insights que precisa permanentemente e possa dar respostas atentas e seguras, com a rapidez necessária ao logo do calendário escolar. Um fato preocupante é que cada vez mais escolas relatam que as famílias não lêem ou pouco lêem os comunicados, o que termina por criar uma sobre-demanda à gestão, então, escolha com cuidado a frequência dos envios, treine bem a pessoa responsável para que ela desenvolva o “tom de voz” adequado ao diálogo com as famílias e, principalmente monitore a temperatura dessas relações. Isso vai ter um impacto grande na rematrícula.
A gestão deve estar a par de como anda o clima da escola. Como os professores se sentem? O que está faltando ou sobrecarregando os docentes? Houve demissões ou fatos que abalaram o estado emocional do time? Qual o clima entre os profissionais e entre eles e os alunos e alunas? Como é trabalhar na sua escola? Essas perguntas embora inquietantes precisam ser respondidas e tem também uma relação com a forma com que o gestor da escola atua. Busque dados, se possível encomende uma pesquisa de clima, pesquisa nos portais de empregos e dedique tempo à construção de uma relacionamento aberto e colaborativo entre toda a equipe. Muitos gestores só lembram dos professores em Outubro, deixando essa gestao perdida o ano todo, o que gera um prejuízo enorme, principalmente quando chega às famílias.
Não basta cuidar das burocracias rotineiras, mas também há que se observar mês a mês dados como: captação e atendimento, dados de marketing e mídias sociais, facilities e infra estrutura, tecnologia, custos fixos e variáveis, percentuais de desconto, inadimplência, absenteísmo, horas de treinamento e formação, entre outros. O melhor é fazer uma planilha e alimentar mensalmente esses dados a fim de facilitar o plano de intervenção, quando necessário.
Outra coisa que o gestor escolar não pode esquecer jamais ao longo do ano é de ter um olhar para o mercado e inovação.
O trabalho no campo da gestão é intenso e profundo, exige muitas análises e aprofundamentos mais densos que nas profissões em geral, e por isso mesmo é encantador. Consolidar esse estilo gerencial é um processo diário, exige disciplina, agenda confiável e foco nos resultados. Com objetivos assim, específicos e um estilo de gestão em funcionamento, é mais fácil “ter a escola na mão”. Não esqueça também de reservar um dia para trocar experiências com pares e lideranças, afinal, ser diretor de escola é aprender sempre.