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Gestão

Que tipo de escola você vai oferecer em 2025? Entenda

Essa avaliação precisa ser feita com antecedência por dois motivos: prazo para adequação logístico-operacional das mudanças e planejamento financeiro. Confira!

Publicado em
19/7/2024
05 min
Escrito por:
Marina Camargo e Fernando Barão, sócios da Corus Consultores.
💡 Dica: se a palavra estiver azul, ela é clicável e te leva ao link com mais detalhes!

O período de férias ou recesso de meio de ano vai acabando e as escolas já estão se aprontando para a retomada das aulas. Esse período sem alunos normalmente é usado para manutenções ou reformas que podem ser feitas em um espaço mais curto de tempo, mas que não podem ser feitas com alunos na escola. Com isso, é comum as escolas usarem uma parcela maior de suas verbas anuais desses dois tópicos em julho. A ideia é receber os alunos com algumas pequenas surpresas no espaço físico na volta às aulas.

Quando agosto chega, porém, os olhos do gestor já não estão mais focados na virada de semestre. É como no ditado que diz que deve se manter um olho no gato e outro no peixe: nas escolas, é um olho no segundo semestre e o outro, na preparação para 2025.

Pois é, meus amigos, a guerra das matrículas vai começar.

Falamos muito, em artigos anteriores, da necessidade de realização frequente de pesquisas para avaliar a satisfação dos clientes. O momento mais propício para a aplicação dessas pesquisas é o primeiro semestre, pois isso já dará a rota de ação das mudanças que a escola precisará implantar no segundo semestre – ou, quando isso não é possível, que a escola fará toda a preparação de terreno durante o segundo semestre para implantação no começo do próximo ano letivo.

Tendo ou não feito pesquisas no primeiro semestre, a grande pergunta a partir de agora é: que escola vamos oferecer aos nossos alunos em 2025? Essa avaliação precisa ser feita com antecedência por dois motivos: a) prazo para adequação logístico-operacional das mudanças; b) planejamento financeiro.

Por ser um mercado muito competitivo, as escolas sempre tentam não ficar paradas – pelo contrário, estão constantemente na busca de melhorias de qualidade para oferecer aos pais. Como o orçamento é finito, o grande desafio é saber onde investir para conseguir as mudanças mais impactantes.

Entra em jogo, nesse momento, uma batalha interna entre o pedagógico e o financeiro. Cada um com a sua razão: o pedagógico quer sempre um volume grande de melhorias de projeto, de modo a encantar os alunos; já o financeiro entra nessa batalha com a intenção de ocasionar o menor aumento possível de custo operacional de um ano para o outro.

Mas que batalha dura, essa!  Caberá ao gestor dar o melhor “tempero” possível – ou seja, criar o ambiente de negociação harmônica em que o verdadeiro vencedor seja a escola. Não é um desafio simples, mas tem de ser enfrentado continuamente. Têm mais chances de vencer o jogo da concorrência as escolas que conseguirem essa harmonia.

É possível jogar esse jogo sem nenhum incremento de qualidade – e, portanto, de custo – de um ano para o outro? Pelas circunstâncias atuais do mercado, é possível, mas não provável. O nível de investimento das escolas subiu muito nos últimos anos. Existe espaço para qualquer projeto, mas, no longo prazo, somente as que conservarem ou ampliarem sua participação no mercado (o “market share”) sobreviverão.

Então as demandas por mais investimento e mais custo operacional ano a ano são uma realidade para as escolas. O pedagógico sempre pede e vai continuar pedindo mais. E o financeiro terá de ceder a parte desses pedidos, sob pena de a escola perder espaço no mercado.

Se essa é uma realidade de mercado já há muito tempo, a pergunta que não quer calar fica sendo: como as escolas vêm conseguindo sobreviver a esse aumento constante de custo? A resposta é simples e direta: reajustando constantemente seus preços acima da inflação.

Fica claro que esse é um caminho natural quando se observa que nas escolas as melhorias de qualidade não vêm acompanhadas de economias de custo propiciadas por tecnologia. Já falamos isso algumas vezes, mas nunca é demais lembrar: até o momento, novas tecnologias vêm sendo implantadas mediante aumento do custo operacional nas escolas, e não redução, como ocorreu em outros setores.

Sendo os índices de inflação, por natureza, uma média entre os aumentos de preços de todos os setores da economia, o fato de o ensino privado estar sempre acima dessa média permite concluir que há outros setores que estão sempre abaixo. Esses setores certamente são os que economizam custos quando absorvem tecnologia.

Diante dessa realidade, os pais vêm gastando mais com escola particular do que gastavam antes, e vêm retirando esse recurso de outros gastos que ficaram mais baixos. Essa conta, ao menos até agora, vem fechando, pois o número de alunos nas escolas privadas vem aumentando, e não diminuindo. Da mesma forma, não existe nenhuma estatística que aponte que escolas mais caras estão perdendo alunos para as mais baratas.

Nesse cenário, a inflação se tornou o patamar mínimo que as escolas devem pensar quando do reajuste. Mas a verdade é que dificilmente só a inflação dará conta dos incrementos de custos!

Independentemente dos incrementos reais de custos que poderão partir da própria escola, vez por outra ocorrem adições de custo que chegam de forma inesperada. Podemos citar 3 exemplos que ocorreram no estado de São Paulo na Convenção Coletiva de 2024:

  1. Reajuste real de 1,56%. Nenhuma escola estava esperando por isso. Todos os acordos anteriores foram bianuais e os reajustes reais ficavam para o segundo ano, de modo que as escolas pudessem se preparar para ele. Dessa vez foi diferente.
  2. Reajuste de 25% no piso da cesta básica ou do vale-alimentação, ambos obrigatórios pela Convenção. Todas as escolas haviam provisionado esse item de custo com correção pela inflação. Foram pegas de surpresa.
  3. Obrigatoriedade de pagar aos professores pela elaboração de provas adaptadas para alunos com necessidades especiais. Já havia a obrigação de pagar por provas substitutivas; as provas adaptadas, porém, têm um potencial de estrago muito maior no orçamento das escolas. Ninguém tinha se preparado para isso.

As escolas de São Paulo, portanto, já têm um patamar acima do zero para começar as suas contas. Todas elas ficaram no prejuízo em relação ao que planejaram para o orçamento de 2024, e essa diferença precisa ser tirada na formação de preços para 2025. Pode ser que seu estado também tenha passado por surpresas como essas – é importante considerar isso tudo no momento de fixar preços.

Vale lembrar também que o Novo Ensino Médio acaba de ser aprovado na Câmara dos Deputados e foi para sanção do presidente Lula. Foi mantida a carga mínima de 3.000 horas no Ensino Médio, mas agora com mínimo de 2.400 da Base Comum. Ainda que esse número tenha aumentado, é sempre bom lembrar que a aplicação dos itinerários formativos tem a tendência de aumentar o custo da escola, pois em muitos momentos as turmas deverão ser divididas, impactando o custo com salários de professores. Esse fator não é de pouca sensibilidade e tem de entrar no cálculo do custo do Ensino Médio.

Ainda falando das surpresas externas que podem pesar no orçamento 2025, dentre elas certamente está a possibilidade de aceleração da inflação. O IPCA acumulado de 12 meses até junho de 2024 ficou em 4,23%. A projeção para esse índice em fevereiro de 2025 (base para as datas-base de março) está em 3,66%. Para abril (base para as datas-base de maio), 3,82%. Mas inúmeras incertezas econômicas vêm despontando no horizonte, como aquelas que fizeram, recentemente, a cotação do dólar chegar próxima a R$ 5,70. Qualquer ponto percentual, aqui, pesa demais no orçamento de uma escola. Então fica aqui uma última dica importante: quanto mais sua escola puder esperar para definir o preço de 2025, melhor. Assim ela poderá contar com projeções mais atualizadas e, portanto, mais precisas. O ideal é abrir o processo de reserva de vaga ainda sem a divulgação das anuidades do ano que vem. Afinal, as escolas já foram pegas de calças curtas muitas vezes com aceleração na inflação a partir do último trimestre do ano.

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escrito por
Marina Camargo e Fernando Barão, sócios da Corus Consultores.
Corus Consultores é uma empresa de especializada na gestão de escolas particulares que atua no mercado desde 1988, atendendo centenas de instituições que buscam soluções para esse tipo de desafio. O grande diferencial da Corus está na metodologia utilizada para isso. O pleno entendimento dos elementos que compõem a gestão escolar, combinado com análises profundas e personalizadas feitas em conjunto com gestores, garantem a maximização dos resultados, do ponto de vista empresarial. A tradição e ampla experiência no mercado educacional garantem uma consultoria de qualidade, baseada na experiência com casos de sucesso e prevenção de problemas, buscando, assim, os melhores caminhos para a melhoria dos resultados.