Tecnologia criada para garantir segurança financeira vem revolucionando setores que vão do transporte à Educação. Que tal saber mais?
Sim, a escola é um lugar onde formamos cidadãos, mas para além das salas de aula, carteiras e sistemas de ensino, um colégio precisa de boa gestão para funcionar bem. Mas a pergunta aqui é: já pensou em usar a tecnologia para melhorar os processos de captação de alunos, organização de dados e - até - cobranças de mensalidades?
Muitas são as ferramentas – algumas bem corriqueiras, como a gestão de mídias sociais -, mas hoje vamos falar sobre a tecnologia Blockchain aplicada ao contexto educacional: emprestado do mundo das finanças, esse modelo tem a ver com segurança e, portanto, é passível de ser utilizado em âmbitos diversos.
Imagine um banco de dados de uma empresa, um arquivo mesmo, só que extremamente interconectado, avançado e seguro: essa é a lógica da Blockchain. Nascida em 1991, a primeira rede de blocos protegidos criptograficamente, foi criada por Stuart Haber e W. Scott Stornetta.
Mas só há pouco mais de uma década, em 2008, a tal tecnologia começou, de fato, a ser usada e foi pela primeira vez citada em um artigo sobre Bitcoins, assinado por Satoshi Nakamoro: Bitcoin: a Peer-to-Peer Electronic Cash System. No ano seguinte, o código da Blockchain seria aberto ao público e passaria a ser utilizado em maior escala pelo setor financeiro em transações com criptomoedas.
Na Blockchain, os dados são armazenados de forma interligada e em blocos, cronologicamente e em servidores descentralizados. Para manter a consistência, o sistema impede entradas de transações/informações não-autorizadas (através de criptografia) e partilha simultaneamente os referidos dados.
Ou seja, não é possível que haja uma alteração nas informações encadeadas, sem que a rede toda perceba. É um controle “comunitário”, público. Por suas vantagens quanto à segurança e independência de servidores únicos e centrais, o uso inicial da tecnologia aplicado ao universo financeiro foi se expandindo.
Atualmente, há empresas que empregam a Blockchain para rastrear toda a cadeia produtiva de bens ou suprimentos, como é o caso da mineradora anglo-australiana BHP Billiton; ou da dinamarquesa Maersk, que pretende monitorar todo o transporte marítimo de cargas. O uso da Blockchain também vem sendo implementado pela Ford, para aprimorar tecnologias de mobilidade; e pelo Google, para melhorar a segurança dos serviços de nuvem e proteção de dados, entre outras gigantes de diversos setores.
Nos exemplos acima, fica claro que a Blockchain tem aplicação plural. De sistemas de saúde, para gestão de históricos de pacientes, por exemplo, à administração pública, passando pelo sistema eleitoral. Toda área que gerencia dados pode, ao menos teoricamente, usar a tecnologia. Para a Educação, não seria diferente.
Todo gestor escolar tem consciência de que um dos principais desafios da área é o gerenciamento da vida educacional dos alunos, mesmo com processos de digitalização, pois são múltiplas frentes: notas, faltas, histórico escolar, certificados e documentos financeiros.
Sem falar em questões jurídicas como comprovações de autoria, integridade de documentos públicos ou particulares e processos seletivos. Um mundo de dados multiplicado pelo número de estudantes a cada novo ano. Uma infinidade de processos, muitas vezes, lentos, que podem ganhar agilidade e, sobretudo, segurança via Blockchain.
O MIT – Instituto de Tecnologia de Massachussets, nos Estado Unidos, é um dos pioneiros no uso da Blockchain em âmbito educacional.
Já em 2015, fez os primeiros testes “não-oficiais” através do MIT Media Lab para a aplicação de certificados criptografados. E, em 2017, 85 formandos do máster em Finanças e 26 estudantes do curso de Ciência em Artes e Mídia receberam os primeiros certificados da instituição pelo app Blockcerts Wallet, desenvolvido pelo instituto.
Os alunos imediatamente podiam apresentar seus diplomas a futuros empregadores, enquanto o MIT agilizava seus processos e, mais uma vez, tornava-se referência. Hoje, a Blockcerts verifica a veracidade de certificados em caráter universal.
Aqui no Brasil, diplomas digitais com tecnologia Blockchain vêm sendo desenvolvidos e testados. A UFPB - Universidade Federal da Paraíba , a UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina e a UnB - Universidade de Brasília criaram uma parceria para o desenvolvimento de uma solução que atenda às demandas das IES - Instituições de Ensino Superior brasileiras, com aprovação do MEC - Ministério da Educação .
Essa busca pode viabilizar maior credibilidade aos documentos em todos os níveis educacionais, evitando fraudes. Os resultados já aparecem: os primeiros diplomas digitais do país, desenvolvidos pelo Núcleo de Pesquisa e Extensão Lavid da UFPB, com tecnologia baseada na Blockchain, foram entregues - em meados de 2021 - aos formandos de cursos do Centro de Informática da universidade.
Assim como é importante ter diplomas e certificados que sejam autênticos, a preservação da propriedade intelectual é outro ponto nevrálgico a ser cuidado pelas instituições educacionais, sobretudo as de ensino superior.
Através da Blockchain seria mais fácil registrar materiais originais e, dessa maneira, diminuir a distribuição de conteúdos plagiados. A tecnologia facilitaria o acesso a dados acerca da autoria, data de publicação, instituição e afins. Ao passo que citações amplas poderiam ser identificadas e terem seus direitos autorais recolhidos, bem como haveria, a priori, o ganho de fôlego para a produção original
5G, smartphones, internet das coisas, Metaverso, Blockchain. O mundo vem mudando cada vez mais rápido em todo e qualquer setor. Apesar de muitas escolas ainda manterem um pé no modelo tradicional, é cada vez mais difícil (ou desejável) protelar que as novas tecnologias invadam as salas de aula e a sala da coordenação, não é mesmo? Os alunos estão conectados e não diferenciam suas vidas em dois mundos: “real” e virtual.
Assim, mudanças significativas vêm ocorrendo e ganharam aceleração com as exigências adaptativas impostas pelo isolamento social nos dois últimos anos. Por isso, plataformas de soluções financeiras, como o isaac, são pontos de apoio cada vez mais imprescindíveis para que os gestores possam se dedicar com mais tempo a essas (pequenas) revoluções diárias.
Durante a pandemia da Covid-19, as aulas mantiveram-se apenas no modelo digital por um longo período. Essa imposição fez com que novas formas de ensinar fossem testadas, bem como de avaliar. As avaliações e processos seletivos podem, também, ser impactados pela tecnologia Blockchain, evitando fraudes e gerando resultados imediatos confiáveis sobre desempenho.
Nas escolas – do ensino fundamental à pós-graduação -, a tecnologia Blockchain é capaz, também, de facilitar a solicitação de documentos para diversos fins, mitigando etapas burocráticas. Isso se traduz em maior transparência quanto às tratativas financeiras e institucionais entre famílias, alunos e a instituição, inspirando confiança.
Através da Blockchain pode ser mais fácil gerenciar os pagamentos, evitar inadimplência e, segundo o Sebrae, até melhorar o financiamento estudantil. Isso porque, a tecnologia diminui a fricção, eliminando barreiras para o pagamento dos alunos à instituição ao possibilitar a emissão de vouchers criptografados, que podem ser usados como créditos financeiros.
Outra proposta para o financiamento estudantil ou bonificação, seria permitir a criação de vouchers automaticamente liberados, quando determinada meta de rendimento – por exemplo – fosse atingida, sem a demanda de regulações operacionais burocráticas.
Agora pare e reflita: ao lado do isaac, uma escola com as contas em dia e atualizada quanto à tecnologia pode se dedicar mais à formação de seus alunos. O resultado é menos evasão escolar, aumento na captação e retenção de estudantes e, claro, destaque frente à concorrência. Parece ótimo, não? Para saber mais, acesse os conteúdos isaac, como o e-book gratuito sobre Digitalização na Educação.