Além do preparo intelectual, educadores também precisam estar atentos com a saúde emocional dos estudantes, que enfrentam situações de estresse pré-vestibular
Realizar a prova do ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio e participar do vestibular das maiores universidades do país são os principais desafios enfrentados pelos estudantes ao final do ensino médio. Afinal, o resultado dessas avaliações pode impulsionar, e muito, a vida dos vestibulandos.
Porém, a disputa por uma vaga na faculdade tem uma concorrência acirrada. Ver o nome na lista dos aprovados é o sonho de todo jovem que se empenhou ao longo do ano e, geralmente, já faz planos para iniciar a vida profissional.
Mas é preciso lembrar que toda essa expectativa por conseguir um excelente desempenho nos exames e conquistar uma aprovação, além de muito estudo e dedicação, exige também um bom preparo da saúde mental desses alunos vestibulandos.
Para alguns, a pressão nesse momento pré-vestibular não é algo fácil para administrar, até mesmo porque coincide com o período da transição entre a adolescência e a vida adulta.
E a escola exerce um papel fundamental nessa etapa que antecede as provas. Além de preparar os conteúdos e dar dicas para impulsionar o aprendizado, os educadores também devem contribuir para o desenvolvimento das competências socioemocionais, que podem apoiar os alunos em sua trajetória neste momento.
Você sabia que 56% dos brasileiros costumam manifestar muita tensão ao estudar para uma prova? Os dados são do PISA - Programa de Avaliação Internacional de Estudantes, publicados em 2015, e reforçam a necessidade de cuidar do estresse dos vestibulandos.
Em parceria com as famílias, os professores podem incentivar os estudantes a manterem diariamente hábitos saudáveis. Uma melhor qualidade de vida também contribui para a saúde emocional, não é mesmo?
Uma alimentação equilibrada, por exemplo, ajuda a manter o cérebro ativo, melhora a concentração e a memória, influenciando até mesmo no desempenho na hora das provas.
Os coordenadores pedagógicos também podem conversar com os responsáveis sobre a importância de os vestibulandos praticarem esportes nas horas livres, além de manterem a frequência nas aulas de educação física.
Movimentar o corpo com regularidade é uma ótima alternativa para combater a ansiedade e controlar o estresse. Os níveis de dopamina, endorfina e serotonina sobem ao fazer um exercício físico, gerando bem-estar e satisfação.
E que tal planejar algumas gincanas ou promover campeonatos interclasses? Esses momentos descontraídos geram diversão, entrosamento entre os alunos e a saúde mental é beneficiada!
Não são apenas os jogos que permitem a vivência de momentos de descontração. Visitas técnicas a museus, centros culturais, ir ao cinema ou até mesmo uma confraternização com os professores podem ser bem divertidos.
Isso não significa que os professores devem tirar o foco do conteúdo que, geralmente, costumam estar presente nos vestibulares.
A ideia é apenas proporcionar, junto com a equipe pedagógica, alguns momentos mais leves, justamente para diminuir a tensão e a pressão de quem sabe que, em pouco tempo, vai fazer uma prova que pode mudar sua vida nos próximos anos.
E vale lembrar que todo mundo aprende melhor com bom humor e felicidade, certo?
Escutar os alunos e manter diálogos respeitosos então entre as principais competências de um bom professor do século 21.
Neste período em que os vestibulandos estão se preparando para os exames, é bastante comum eles sentirem medo, angústia, preocupação e insônia. A escuta ativa dos docentes pode mudar todo esse cenário.
Proporcionar conversas edificantes, acalmar e orientar esses estudantes faz toda a diferença. É preciso ajudá-los a enxergar essa etapa com mais tranquilidade, pois não se trata de uma única oportunidade na vida e, sim, de apenas uma nova etapa.
Agora que já sabe como sua escola pode contribuir para a saúde mental dos vestibulandos, talvez seja o momento de refletir sobre ações extras, fora do que já é trabalhado em sala de aula, para dar aquela impulsionada nos conteúdos. É a hora de pensar em dicas para o vestibular 2023.
Os plantões de dúvidas costumam funcionar muito bem como um suporte para que os alunos possam sanar as dúvidas das disciplinas.
O ideal é que seja no contraturno e que tenha sempre um professor disponível para auxiliar na resolução dos exercícios ou no melhor entendimento de algum conteúdo específico.
Assim que as datas dos vestibulares forem se aproximando, vale a pena ampliar os horários dos plantões e oferecer mais vezes na semana, intensificando essa possibilidade de estudo.
O que também contribui para o processo de aprendizado nessa etapa é a disponibilização de materiais complementares, que aprofundem ainda mais o conhecimento.
Lembre-se de incluir no seu planejamento os simulados, que são considerados essenciais para a preparação dos alunos vestibulandos e daqueles que prestam a prova de forma preparatória, mesmo antes da conclusão do ensino médio: os famosos treineiros.
Mais do que praticar o conhecimento dos conteúdos já estudados, esses testes também permitem aos alunos administrar melhor seu tempo de resposta para cada pergunta.
Há quem prefira começar pelos questionários que considera mais fácil. Já outros preferem iniciar pelos mais difíceis. São preferências pessoais e é somente testando que cada estudante saberá o que funciona melhor para ele.
Com o intuito de apoiar os estudantes neste momento tão desafiador, a data 24 de maio passou a ser denominada de Dia do Vestibulando, como uma forma de incentivar as pessoas que estão em processo de preparação para o vestibular.
Sabe-se que os primeiros vestibulandos surgiram no início do século 20, quando começou a crescer a procura por cursos universitários e, assim, as faculdades criaram os processos seletivos.
Em 1911, os vestibulares se tornaram obrigatórios para qualquer pessoa que desejasse fazer um curso superior. No início, a prova era oral, mas pouco tempo depois foi substituída pelas avaliações escritas.
Entre a década de 1910 e 1920, as primeiras instituições de ensino superior a surgirem no Brasil foram a Universidade do Paraná e a do Rio de Janeiro. Desde essa época, os cursos mais concorridos são medicina e direito.
Entre 2002 e 2018, o número de alunos na educação superior passou de 3,5 para 8,4 milhões. Ainda em 2018, foram registrados 6,7 milhões de estudantes inscritos no Enem – Exame Nacional do Ensino Médio. As informações são da Abres - Associação Brasileira de Estágios.