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Gestão

Conflitos internos em instituições de ensino: o papel da liderança na construção de equipes mais fortes

Conflitos são inevitáveis, mas quando conduzidos com mediação e propósito, podem se transformar em oportunidades de crescimento e fortalecimento da cultura organizacional.

Publicado em
10/10/25
Atualizado em
10/10/25
05 min
Escrito por:
Patrícia Patrício
💡 Dica: se a palavra estiver azul, ela é clicável e te leva ao link com mais detalhes!

Você já percebeu que a gestão escolar dedica boa parte do tempo administrando conflitos? São colaboradores que não cumprem combinados, professores que não conseguem fazer cumprir as normas de convivência entre os estudantes, famílias que despejam suas frustrações na escola... e, no meio disso tudo, aquilo que é estratégico acaba ficando em segundo plano. Esse cenário é mais comum do que parece.

Conflitos não apenas desgastam a rotina, como também impactam diretamente o clima escolar, a aprendizagem dos alunos e, principalmente, a imagem da instituição.  O problema é que, enquanto os esforços se concentram nesses desgastes, aquilo que é estratégico fica de lado. Mas há uma verdade fundamental: nenhuma escola está livre de conflitos.

O que define se a instituição fica fragilizada ou se fortalece é a forma como a liderança escolar conduz essas situações. Com mediação adequada, diálogo estruturado e alinhamento de equipe, os conflitos deixam de ser obstáculos e passam a ser oportunidades de fortalecimento da cultura organizacional.

Por que os conflitos acontecem?

Os conflitos escolares não surgem do nada; eles são resultado de falhas de gestão de pessoas e de desalinhamento de processos.  Entre as causas mais frequentes, podemos destacar:

  • Falta de clareza nas expectativas: quando não há definição clara do que se espera de cada profissional, surgem frustrações e cobranças excessivas.
  • Sobreposição de funções: papéis mal definidos levam a  disputas de  espaço e autoridade.
  • Processos pouco claros: sem diretrizes objetivas, cada um age de forma diferente, gerando desencontros.
  • Má comunicação: ruídos e interpretações equivocadas alimentam mal-entendidos.
  • Cobranças mal alinhadas: exigências sem critérios objetivos ou desconectadas da realidade da equipe.
  • Percepção de injustiças: quando decisões são vistas como parciais ou incoerentes, a confiança na gestão se abala.

Identificar essas origens é essencial para agir de forma preventiva e criar uma gestão educacional mais saudável e eficaz.

O papel da liderança escolar

Nessas situações, o papel da liderança é determinante. O gestor de excelência não atua apenas como alguém que resolve problemas pontuais, mas como mediador estratégico, capaz de transformar divergências em oportunidades de crescimento. Algumas práticas fortalecem esse processo:

  • Atuar como mediador, não como “apaga-incêndios”: intervir de forma consciente e planejada, evitando soluções superficiais.
  • Promover a Comunicação Não Violenta (CNV): favorecer a escuta ativa, a empatia e a expressão respeitosa das necessidades de cada parte.
  • Estruturar processos de feedback: devolutivas regulares, específicas e construtivas evitam acúmulo de tensões e promovem alinhamento.
  • Investir em momentos de integração: reuniões produtivas, formações continuadas e projetos colaborativos fortalecem a coesão da equipe.
  • Dar o exemplo: a postura do gestor é referência; clareza, coerência e respeito inspiram comportamentos semelhantes na equipe.

Caminhos práticos para lidar com os conflitos

Para que os conflitos não paralisem a escola, mas impulsionem melhorias, algumas estratégias práticas podem ser aplicadas:

  • Criar espaços de diálogo estruturado: momentos organizados para escuta e resolução de divergências reduzem tensões.
  • Definir papéis e responsabilidades claras: delimitar funções evita sobreposições e garante maior eficiência.
  • Implantar rotinas de acompanhamento e feedback:  acompanhar de perto o desempenho e as relações favorece a prevenção de conflitos.
  • Capacitar a equipe: formações que desenvolvam competências socioemocionais e técnicas fortalecem o coletivo.
  • Reforçar a cultura organizacional: valores e princípios da instituição devem ser o norte para decisões e comportamentos.

A gestão de pessoas na escola é tão importante quanto a gestão pedagógica. Se não for bem conduzida, os conflitos internos drenam energia, comprometem a aprendizagem e travam os resultados da instituição. Mas, quando a liderança escolar assume o papel de mediadora, cria espaços de diálogo e promove alinhamento de equipe, os conflitos deixam de ser obstáculos e se transformam em oportunidades de fortalecimento do clima escolar e da cultura organizacional.

A questão que fica é: na sua escola, os conflitos estão sendo abafados ou estão sendo transformados em resultados?

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escrito por
Patrícia Patrício
Patrícia Patrício é Fundadora da Escola de Gestão Educacional, espaço de desenvolvimento de liderança educativa. Mestre em Educação, com ênfase em formação de Professores pela UFMG; Pedagoga, Especialista em Projetos de Trabalho pela Universidade de Barcelona – Espanha; Especialista em docência do Ensino Superior, Metodologias do Ensino e Avaliação Escolar; Professora nas universidades (UFMG, UEMG e PUC), gestora de grandes instituições de ensino, palestrante e autora do livro “São deuses os professores? - O Segredo Dos Professores de Sucesso”. Acredita no poder transformador da educação e que a relação humana e o desenvolvimento de talentos são ingredientes importantes para a transformação das escolas em espaços de excelência.