O material pedagógico é um dos mais importantes para o processo de ensino-aprendizagem. Saiba como aplicar o seu uso de forma eficiente dentro das salas de aula
O livro didático tem um papel muito importante durante o processo de alfabetização infantil e é considerado um material fundamental na educação brasileira, sendo um dos itens mais usados dentro das salas de aula em todas as instituições de ensino.
Por ser um conteúdo facilitador durante a aprendizagem, sua utilização é uma das ferramentas de ensino mais emblemáticas para o suporte à prática pedagógica no Brasil, e ele ganhou um dia especial para a sua comemoração: 27 de fevereiro.
O gosto pela leitura muitas vezes começa com os livros didáticos. Com certeza você ainda deve se lembrar das leituras feitas pelas professoras para a turma toda durante as atividades.
Normalmente, é dentro das salas de aula que acontecem os primeiros contatos das crianças com esse tipo de material, sendo incentivadas a despertar a curiosidade por tantas histórias contadas.
A partir disso, os alunos começam a expandir seus horizontes com mais vontade e conhecimento, procuram por outros livros, criam identificação com gêneros que agradam mais e diversas outras conexões que são relevantes para a relação ensino-aprendizagem.
Como o livro didático é uma fonte de consulta, sua linguagem precisa ser clara e com um vocabulário adequado. Assim o aluno consegue compreender melhor o texto e até sozinho - caso já saiba ler.
Além disso, com o material é utilizado para auxiliar e orientar no aprendizado, suas páginas carregam informações das mais diversas áreas, como literatura, química, física, matemática e história, e tem alcançado e conquistado cada vez mais os estudantes.
Segundo um levantamento feito pelo Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica, em 2019, foram distribuídos mais de 126 milhões de livros didáticos que beneficiaram mais de 35 milhões de alunos em todo o Brasil.
Já dizia o educador e filósofo brasileiro, Paulo Freire, “a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra”. Com mais jovens sendo alfabetizados e emergidos pela leitura, a evolução para uma sociedade mais justa torna-se possível.
Os atos de ler, interpretar, compreender, criticar, resignificar e tudo o que leva o indivíduo a colher e produzir conhecimento para si e para população no geral, também o transforma em um ser mais independente.
Como o livro didático funciona como um guia de ensino, auxilia a escola em seu trabalho de formação de indivíduos. E ter o contato com esses materiais de cunho pedagógico durante o processo de alfabetização infantil intensifica mais ainda a evolução das crianças e das futuras gerações.
Para o aluno: evolução e crescimento de suas estratégias, e também boa capacidade de compreensão. Quando está rodeado por atividades e textos com o foco na aprendizagem, é natural que o aluno se torne apto a aprender.
Para o professor: age no papel de condutor dos temas propostos pelo material pedagógico. A medição para a construção do conhecimento científico dos alunos fica mais fácil quando vem de uma fonte confiável. O desenvolvimento dos valores éticos que são apresentados nas instituições de ensino são propostos por diversos meios de metodologias, além de suportes avançados e contextualizados.
Com essa junção, o valor do livro didático transcende pelo ambiente escolar e impulsiona a curiosidade e busca a outros conhecimentos, dentro até de diferentes disciplinas.
Esse momento é muito valorizado dentro das IEs, pois é quando os profissionais da educação podem escolher quais materiais pedagógicos serão seus aliados no decorrer do processo de ensino-aprendizagem às suas turmas.
Por isso deve ser feito da forma mais assertiva possível, já que a escolha mais eficiente do livro didático é importante para o bom andamento dos alunos em sala de aula. Tanto em escolas particulares quanto na rede pública, é preciso se atentar na maneira com a qual o material se comunica com o objetivo da instituição.
Para uma escolha mais adequada, as IES precisam avaliar nas obras disponíveis quais os pontos importantes e de relevância para o ensino em seu ambiente, por exemplo, como o educador pode utilizar o livro didático como base para auxiliar os exercícios em classe e na elaboração de planos de aula.
Um ponto importante é conferir se a diagramação do material é capaz de estimular os alunos durante todo o ano letivo.
Antes de decidir qual livro didático utilizar, lembre-se de sempre conferir os pontos referentes aos conceitos identitários da escola que estão inseridos na BNCC - Base Nacional Comum Curricular para implementar de forma correta os aspectos necessários na escola.
É necessário que os professores sejam os responsáveis por inserir o uso do livro didático na rotina escolar diária, como elaborando estratégias para aproveitar ao máximo esse recurso em suas aulas.
Se familiarizar com o livro didático e o conteúdo que ele aborda é o primeiro passo para começar a entender como seria interessante se organizar. Com um estudo profundo, é possível compreender a sequência didática e a metodologia, para a utilização da obra.
Feito isso, seria interessante adequar as informações do material à linguagem que os alunos estejam habituados, trabalhando o conteúdo por meio das atividades propostas nos materiais, que podem servir como métodos de avaliação para ver se o conhecimento apresentado está sendo bem absorvido pela turma.
Uma boa alternativa para implementar o ensino dos livros didáticos, é sempre ter uma tarefa que complemente o que foi exposto pelo material. Há um leque de possibilidades que pode ser trabalhado para melhorar o que foi falado nas aulas.
Como o livro didático é um material pedagógico super importante e muito utilizado nas escolas, em 1985, criou-se o PNLD - Programa Nacional do Livro Didático, que consiste na distribuição gratuita de livros didáticos para os alunos do ensino fundamental das escolas públicas de todo o país (desde obras didáticas, pedagógicas e literárias, e dentre outros materiais pedagógicos de apoio à prática educativa).
Todo o material didático é enviado às IEs participantes de forma sistemática, regular e gratuita, constituindo um dos principais instrumentos de apoio ao processo de ensino-aprendizagem dos estudantes.
Além disso, o PNLD também beneficia instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos e conveniadas com o Poder Público.
Como participar do PNLD? É necessário que os dirigentes das redes de ensino municipal, estadual, distrital e das escolas federais encaminhem o Termo de Adesão alegando o interesse em receber os materiais do Programa Nacional do Livro Didático e que se comprometem a executar as ações conforme descrito na legislação.
Nem parece, mas você sabia que o livro didático é um material usado há muitos anos e tem uma grande importância e história, principalmente no Brasil? Confere só esses fatos históricos que separamos para complementar a sua leitura!
Segundo alguns estudiosos, o livro didático é utilizado no Brasil desde 1820, surgiu desde a fase do período imperial quando começaram a ser fundadas as primeiras escolas públicas do país. Porém, só a partir de 1838 que o material ganhou força com a inauguração do Colégio Pedro II, localizado no Rio de Janeiro (RJ).
Como a inspiração do conteúdo pedagógico vinda da França, durante esse período, muitos livros didáticos eram trazidos de lá para o território brasileiro. Até porque, nesse tempo, a imprensa nacional não era tão reconhecida e isso dificultava a produção de material nacional durante o século XIX.
Mas, em 1929, criou-se o INL - Instituto Nacional do Livro, com fins de produção editorial de materiais didáticos e a partir daí a distribuição do livro didático começou a ser realizada no próprio Brasil, e em 1934 os trabalhos educacionais foram introduzidos.
No instituto eram realizadas edições de obras literárias e também a expansão da quantidade de bibliotecas brasileiras. Só após tudo isso que, a partir de 1938, que o livro didático foi incluído nas atividades do INL e o local tornou-se responsável pela produção e controle dos materiais.
A distribuição de materiais didáticos, que acontece até os dias de hoje, começou apenas com a mudança do órgão responsável, em 1976, o FDNE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
Dando um salto no tempo, quase 10 anos depois, em 1985, quando o PNLD foi criado trouxe consigo algumas inovações para a produção e distribuição dos livros didáticos.
Por exemplo, a avaliação pedagógica e a escolha realizada pelo docente são mudanças promovidas pelo próprio programa, e a aquisição dos livros passou a ser feita integralmente com recursos do Governo Federal. E em 1997 o programa passou a abranger todo o território nacional.
Além de ser importante pelo seu uso dentro das salas de aula, o livro didático é uma fonte de informações para todos que estejam envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.