Seguindo os protocolos da BNCC, a atualização no sistema curricular visa reduzir a evasão escolar e os baixos níveis de aprendizado dos estudantes
Um dos assuntos mais comentados e discutidos dentro do setor da Educação Básica tem sido o cronograma de implementação do Novo Ensino Médio, que foi anunciado pelo MEC - Ministério da Educação, em julho de 2021, e que valerá para todas as escolas públicas e privadas do país.
Com o objetivo de melhorar a qualidade de ensino brasileiro e atualizar as diretrizes que têm sido utilizadas como orientação há anos, essa repaginação inclui diversos pontos importantes que, quando bem trabalhados e implementados nas instituições, poderão transformar o futuro da educação.
É preciso entender a educação efetiva que foi proposta pela BNCC- Base Nacional Comum Curricular, para trabalhá-la e aplicá-la naturalmente às aulas e, principalmente, ao aluno. Trazendo-o para o centro da aprendizagem, colocá-lo como protagonista do seu conhecimento e conectar os conteúdos à sua realidade.
Vamos explicar alguns pontos importantes do assunto, mas principalmente, como esse modelo poderá beneficiar positivamente todos os lados: escolas, professores e estudantes. Confira!
Uma importante alteração na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), registrada em 2017, instituiu uma mudança na estrutura do EM, que ampliou de 2,4 mil horas para 3 mil horas totais o tempo mínimo do estudante na escola e um novo sistema curricular brasileiro, até o ano de 2022.
Segundo o artigo 35-A, parágrafo 7º da LDB "os currículos do Ensino Médio deverão considerar a formação integral do aluno, de maneira a adotar um trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida e para sua formação nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais".
A partir disso, implementou-se uma organização mais flexível, contemplando as diretrizes da BNCC e a possibilidade de que os próprios estudantes escolham as suas disciplinas de interesse, complementando o processo de aprendizagem.
Além da flexibilidade curricular, existe a obrigatoriedade de que as escolas disponibilizem a todos os alunos os Itinerários Formativos, trabalhando junto com o Projeto de Vida dos jovens ao longo de suas trajetórias escolares. O objetivo dessa mudança educacional e pedagógica para o Novo Ensino Médio é dar mais autonomia aos alunos, transformando-os literalmente nos protagonistas de sua educação.
Os Itinerários Formativos são o conjunto de disciplinas, projetos e outras situações de trabalho que o jovem poderá escolher para cursar no Novo Ensino Médio. O aluno deverá se aprofundar nos aprendizados de uma área de conhecimento: ciências da natureza e suas tecnologias, ciências humanas e sociais aplicadas, linguagens e suas tecnologias e/ou matemática e suas tecnologias; ou até mesmo em duas ou mais áreas que sejam do interesse.
Vale mencionar que: é de escolha da instituição a definição de quais Itinerários Formativos serão disponibilizados para os alunos.
Para tomar essa decisão, junte todo o corpo docente da escola para que estipulem, juntos, as melhores soluções e atividades. Além disso, ouça os estudantes, suas ideias e temas de interesse são pontos cruciais para pensar num planejamento pedagógico alinhado às novas propostas. Isso também pode ajudar bastante no preparo das futuras aulas.
Outro item obrigatório para todas as escolas, o Projeto de Vida, prescreve que os estudantes desenvolvam habilidades importantes para a vivência em sociedade também para si próprios, como autonomia, cooperação, compreensão, responsabilidade, respeito e pensamento crítico sobre o mundo ao redor.
Outro ponto a ser considerado para a atualização, é garantir uma educação de qualidade que atenda a todos os alunos, além de aproximá-los da realidade do corpo discente das instituições, abrindo espaço para a realidade do mundo corporativo e convívio social.
Através da escolha dos Itinerários Formativos, a implementação do Novo EM visa atender às necessidades e expectativas dos jovens, estimulando o protagonismo dos estudantes. Além disso, o currículo mais atualizado possibilita o aprofundamento dos alunos nas áreas em que mais se identificam. Com isso, consequentemente, espera-se que o aluno tenha mais interesse e disciplina nas aulas e atividades, além de prepará-lo para tomadas de decisão.
É importante frisar que o Novo Ensino Médio não exclui nenhuma disciplina do currículo. O que consta na proposta da BNCC, é que o segmento estimula conhecimentos de todos os componentes curriculares em suas competências e habilidades, tornando-os obrigatórios.
Os currículos de referência, junto com os Projetos Pedagógicos das escolas, estipula a organização e a forma de ensino dos conteúdos, considerando as particularidades regionais de cada IE. O que é super importante, pois cada região possui palavras, expressões e tons diferentes que devem estar presentes na vida dos alunos, facilitando a absorção de conhecimento.
Para atuar na Educação Básica, a formação dos professores será conforme está disposto no artigo 62, da LDB "deverá ser realizada em nível superior, em cursos de licenciatura plena, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos do ensino fundamental, a formação em nível médio, na modalidade normal".
Conforme prescrito pelo Conselho Nacional de Educação, no artigo 61, V, os profissionais graduados que tenham feito complementação pedagógica também podem atuar na Educação Básica.
A nova organização do Ensino Médio valerá para todas as escolas públicas e privadas do país, tendo início em 2022 com o primeiro ano do ensino médio e será implantada de maneira progressiva. Em 2023, deverá ser aplicada no segundo ano, e a expectativa é alcançar as três séries do ensino médio no ano de 2024.
Com tantos desafios, planejar o ano letivo nunca foi tão importante. Além de pensar em todas as atividades pedagógicas dentro e fora da sala de aula, é fundamental rever orçamentos e planejar também as finanças da escola para 2022.
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