Apoio de professores tem o intuito de orientar os estudantes diante de desafios digitais, como cyberbullying e discriminação
Seis a cada dez docentes afirmam auxiliar os alunos diante de situações sensíveis vivenciadas na internet. São estudantes que buscam o apoio de professores na tentativa de resolver desafios digitais, como o uso excessivo de jogos, cyberbullying, discriminação, disseminação ou vazamento de imagens sem consentimento e assédio.
As informações foram reveladas pela pesquisa TIC Educação 2022, divulgada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR..
De acordo com o levantamento, 61% dos educadores afirmaram ter apoiado alunos nessas questões, marcando um aumento significativo em relação a 2021, quando 49% relataram o mesmo cenário.
Os estudantes, principalmente os mais velhos, estão buscando o apoio de professores para pedir ajuda e se informar sobre o uso de tecnologias digitais. Eles querem orientações para lidar com questões envolvendo uso excessivo de jogos, cyberbullying, discriminação, disseminação ou vazamento de imagens sem consentimento e assédio
Enquanto 80% dos alunos de 9 a 10 anos buscam orientação dos pais, essa porcentagem cai para 34% entre aqueles com 18 anos ou mais. No entanto, a busca pelos docentes permanece constante, mantendo-se em torno de 43% até os 17 anos.
Segundo a pesquisa, 75% dos professores afirmam que sentem falta de um curso específico voltado para a utilização de tecnologias digitais nas atividades educacionais.
O estudo mostrou ainda que apenas 56% dos docentes participaram de formação continuada sobre o uso de tecnologias digitais em atividades de ensino e de aprendizagem nos 12 meses anteriores à realização da pesquisa.
Além disso, 50% ressaltam enfrentar desafios ao incorporar a tecnologia na sala de aula, pois notam que alunos ficam mais dispersos durante o uso dos recursos tecnológicos.
Já a incorporação de temas relacionados à segurança digital nas salas de aula é variada, com 47% dos coordenadores escolares afirmando que fazem parte do currículo comum, enquanto 27% oferecem atividades extracurriculares.
Além das lacunas na formação de professores, os educadores também ressaltam que a oferta de aulas e cursos nas escolas para os estudantes, para os responsáveis e para a comunidade, voltados para essas questões, poderiam contribuir para auxiliar os alunos.
Confira os principais motivos que levam os estudantes a recorrerem ao apoio de professores:
- Uso excessivo de jogos e de tecnologias digitais (46%);
- Cyberbullying (34%);
- Discriminação (30%);
- Disseminação ou vazamento de imagens sem consentimento (26%);
- Assédio (20%).
Se por um lado os estudantes têm buscado o apoio de professores para resolver situações delicadas vivenciadas no mundo on-line, a pesquisa destaca que as escolas brasileiras ficaram mais conectadas após a pandemia, porém ainda faltam dispositivos para acessar a internet.
De acordo com o levantamento TIC Educação, 94% das escolas têm internet, porém apenas 58%, têm equipamentos como computadores, notebook, desktop e tablet e conectividade à rede para uso dos alunos.
Desde 2010, a pesquisa TIC Educação investiga a presença de tecnologias de informação e comunicação nas escolas brasileiras de ensino fundamental e médio, assim como o uso e apropriação por estudantes e educadores.
A edição de 2022 contou com 10.448 entrevistas em 1.394 escolas, envolvendo gestores, coordenadores