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Pedagógico

Saiba como identificar e combater o bullying nas escolas

Entenda o que caracteriza o bullying e como preparar a sua instituição de ensino para lidar com o problema

Publicado em
21/9/2023
08min
💡 Dica: se a palavra estiver azul, ela é clicável e te leva ao link com mais detalhes!

A escola deve ser um ambiente de aprendizado saudável e acolhedor, mas nem sempre é fácil manter a boa convivência entre os alunos. Relações de amizade são complexas e dificuldades de adaptação podem acontecer. Por isso, é preciso estar atento para identificar quando os conflitos se tornam recorrentes e indicam situações de bullying na escola, impactando a  saúde física e mental dos alunos.

O Dia Mundial de Combate ao Bullying, 20 de outubro, está se aproximando e nos lembra de olhar com cuidado para o tema e entender como a sua instituição de ensino pode lidar ainda melhor com o assunto. 

Para isso, preparamos este artigo com as principais informações sobre o tema, indicando estratégias para os educadores prevenirem, identificarem e intervirem de forma construtiva nesse comportamento prejudicial. 

Entenda o que é bullying

Bullying é um termo em inglês utilizado para descrever a violência física ou psicológica cometida contra alguém em desvantagem de poder. 

São atos repetitivos e intencionais, sem motivo aparente, que envolvem o uso de poder, força física, palavras físicas, exclusão social e outras maneiras de intimidar, causando danos físicos e emocionais à vítima.

O bullying é comum entre crianças e adolescentes de várias idades e é uma das formas de violência que mais cresce no mundo, podendo acontecer em diferentes ambientes e contextos.

O comportamento acontece quando alunos colocam apelidos, humilham, ofendem, perseguem, assediam, batem ou empurram outros estudantes, além de outras formas de violência.

E o cyberbullying?

Esse tipo de bullying é realizado por meio das plataformas digitais. Ele pode acontecer em redes sociais, aplicativos de mensagem e plataformas de jogos, por exemplo. Também é um comportamento repetitivo que tem como objetivo assustar, intimidar e envergonhar a vítima. 

Com o amplo acesso de crianças e adolescentes à internet, não são raros os casos de alunos que são vítimas de bullying e cyberbullying ao mesmo tempo.

Uma das principais diferenças entre as duas formas de violência está no fato do cyberbullying deixar registros online, o que faz toda a diferença para identificar os autores e intervir no abuso.

Além disso, o cyberbullying é considerado crime quando há crime contra a honra, racismo ou exposição de imagens de conteúdo íntimo. No entanto, quando praticado por menores de 18 anos, o ato é caracterizado como infracional, podendo punir os autores com medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente.

Quais as consequências do bullying e do cyberbullying? 

O bullying e o cyberbullying tem inúmeras consequências para o bem-estar e desenvolvimento. É muito comum que as vítimas desenvolvam problemas relacionados à saúde mental, como depressão e ansiedade.

O isolamento social e a evasão de atividades escolares também são frequentes, o que desencadeia uma espiral negativa, prejudicando o desempenho acadêmico e afetando a capacidade de construir relacionamentos saudáveis com colegas.

Comportamentos agressivos e distúrbios alimentares podem surgir como uma reação às violências, o que impacta profundamente o desenvolvimento dessas crianças. Em casos mais extremos, o bullying e o cyberbullying podem ainda levar a pensamentos de suicídio ou tentativas.

O impacto do bullying não se limita ao período escolar, pois suas consequências podem seguir na vida adulta das vítimas

Como perceber que um aluno está sofrendo bullying? 

Agora que você já sabe a definição dos termos, é importante saber como identificar que um aluno está passando por isso. Existem alguns sinais e comportamentos que podem indicar casos de bullying na escola: 

1 - Alterações no desempenho escolar

Um aluno que antes era participativo deixou de se interessar pelas aulas e por atividades extracurriculares? Esse pode ser um sinal de que algo está errado. Vítimas de bullying também costumam ter uma queda repentina no desempenho acadêmico.

2 - Mudanças emocionais

Atente-se a mudanças significativas no estado emocional do aluno, como tristeza frequente, ansiedade, irritabilidade ou isolamento social. 

3 - Queixas físicas frequentes

O bullying pode causar estresse emocional, por isso é comum que as vítimas se queixam regularmente de dores de cabeça, dores de estômago ou outros incômodos físicos. 

4 - Isolamento social

Crianças que sofrem bullying podem ficar sozinhas nos intervalos, apresentar dificuldade para socializar e evitar interações sociais.

5 - Perda de pertences ou dinheiro

Investigue se um aluno perde itens pessoais com frequência. Os agressores podem exigir dinheiro e materiais escolares da vítima.

6 - Machucados e roupas danificadas

Cortes, arranhões e roxos inexplicáveis podem indicar agressões físicas de bullying, assim como roupas rasgadas ou danificadas.

Como combater o bullying nas escolas?

O primeiro passo é compreender que essa é uma tarefa de toda a comunidade escolar: professores, diretores, alunos, familiares e todos aqueles que participam da rotina da instituição.

Um caminho interessante é promover programas de educação e conscientização sobre o tema para toda a comunidade. É fundamental que crianças, adolescentes e adultos entendam o que é bullying, o que é cyberbullying, como identificar essas violências e para quem pedir ajuda. Isso pode ser feito com eventos, rodas de conversas e trabalhos em sala de aula.

A escola também deve ter bem definida suas políticas anti-bullying e códigos de conduta. Os alunos devem se sentir seguros para reportar casos de bullying e cyberbullying sem medo. Nesse sentido, a instituição deve oferecer apoio às vítimas e orientação aos agressores. Esse trabalho pode e deve ser feito em conjunto com psicólogos.

Os educadores também devem promover as habilidades socioemocionais dos alunos para que eles desenvolvam empatia, respeito às diferenças, capacidade de resolução de conflitos e construam relacionamentos saudáveis com os colegas. 

Ao desenvolver essas habilidades, crianças e adolescentes conseguem reconhecer, entender e lidar melhor com as emoções, tanto as suas quanto as dos outros, promovendo um ambiente de respeito e acolhimento.

Enfrentando o problema com a família 

O trabalho em conjunto entre escola e família no combate ao bullying é essencial, já que ambos desempenham papéis complementares e essenciais no desenvolvimento e bem-estar das crianças e adolescentes. 

Do lado da instituição de ensino, professores e coordenadores devem orientar as famílias sobre como conversar sobre o tema com os filhos e como agir em casos de bullying ou cyberbullying, independente do filho ser vítima ou agressor. 

Assim, juntos, é possível caminhar para garantir o melhor para os todos envolvidos na situação, sempre com diálogo e acolhimento. 

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