Veja dicas que podem ser sugeridas às famílias dos alunos, com o objetivo de potencializar a eficácia do ensino remoto
A família nunca teve um papel tão importante e ativo na vida acadêmica dos jovens como de 2020 para cá. A pandemia da Covid-19 acelerou a implementação do EAD -Ensino a Distância nas escolas sem a possibilidade de um período de adaptação. De um dia para o outro, todos os setores foram impactados e, na educação, o lar virou a sala de aula.
Psicologicamente, é uma mudança difícil. Fora do ambiente escolar, diversos alunos não se sentem motivados ou não têm a disciplina necessária para focar no ensino da mesma forma que teriam estando na escola, cercados por colegas e professores. Por isso, o papel ativo e o apoio da família são tão importantes.
Separamos aqui algumas dicas que você pode sugerir aos familiares para que o processo de aprendizado dos estudantes não seja ainda mais comprometido com essas mudanças. Boa leitura!
Uma das maiores dores que surgiram no contexto do EAD foi a falta de conexão entre alunos e professores. Boa parte dos estudantes acompanham as aulas com a câmera desligada, o que não permite a interação entre as partes envolvidas, e com o aluno tem menos incentivo para prestar atenção e mais margem para se distrair.
É essencial que as famílias incentivem os jovens a entender a importância de ligar a câmera durante esses momentos. Além de tornar a aula mais dinâmica, é uma demonstração de apoio e respeito aos professores, que também estão em uma situação de adaptação e desafios do outro lado da tela.
Como foi mencionado, as famílias devem instigar o aluno a entender a importância dessa ação e não obrigá-lo, pois, isso pode causar ainda mais desconforto e piorar a experiência.
Em sua maioria, os jovens já tinham o hábito de passar muito tempo em frente às telas, mas isso ganhou uma proporção bem maior por conta da pandemia. Estudos indicam que as pessoas precisam de um descanso dos dispositivos eletrônicos, ainda mais nessa nova rotina, para evitar a exaustão no fim do dia e para melhorar a capacidade de concentração.
E qual é o segredo? Pequenas pausas entre aulas e períodos longos. Ir do computador para o celular e dos dispositivos móveis para a televisão não faz bem para a saúde mental de ninguém, principalmente de jovens que estão em fase de desenvolvimento.
Uma pesquisa da Microsoft identificou que intervalos entre aulas e reuniões permitem que o cérebro reinicie, o que reduz o nível de estresse dos alunos. O levantamento também aponta que as pausas são extremamente benéficas para o aumento do foco, envolvimento nas aulas e para a concentração.
Sendo assim, a família deve incentivar essas pequenas pausas e a busca por atividades de descanso, como leitura, meditação, exercícios físicos e o não uso de celular durante as refeições.
Diversos alunos não ligam a câmera ou o microfone, pois muitas vezes se sentem vulneráveis ao fazê-lo. A criação de um ambiente adequado e que o reconforte pode ser muito poderoso nesse momento.
Como citamos no começo deste texto, fora do ambiente escolar o aluno tem menos incentivos para estudar. Afinal, o lar tende a ser visto como um local de descanso - e muitos já apresentavam resistência a realizar os deveres de casa antes mesmo da pandemia. Portanto, é necessário pensar em iniciativas para transformar o espaço e estimular as crianças e jovens.
Providenciar um local estruturado para os estudos pode ajudar, principalmente se for fora do quarto. Mudar o espaço faz muito bem para que os alunos não fiquem o dia todo no mesmo lugar.
Atenção! Ter uma aula às 7h da manhã ao lado da cama pode ser uma armadilha. O mesmo local para estudo, entretenimento e descanso pode criar barreiras que dificultem o foco em uma só atividade.
Essa questão serve tanto para os mais jovens, que ainda não aprenderam a interpretar as horas, como para os mais velhos que têm problemas de organização.
Uma rotina com referenciais e marcadores temporais pode ser uma grande aliada da educação nesse momento.
Do mesmo jeito que nas escolas existem sinais que indicam o começo e fim de um período, e o intervalo, é uma boa ideia ter isso em casa também. Um despertador no celular, por exemplo, pode imitar o sinal da pausa e quando retornar às atividades.
Além disso, quadros de rotinas podem ser muito úteis para facilitar a visualização geral do dia a dia.
Por mais que o contexto seja de grandes mudanças e desafios, é importante tentar tirar o melhor dele. Atividades como cozinhar, jogos e brincadeiras em família são alternativas pertinentes.
Com os jovens em casa, essas atividades podem ser exercidas com mais facilidade e certamente trarão bons resultados a longo prazo. Além disso, funcionam como um bom momento de distração longe das telas. Sem contar que aumentam o contato e melhoram as relações.
Se para alguns o problema é a falta de estudo, para outros é o estudo excessivo. Do mesmo jeito que tirar um tempo para descansar é importante, os momentos de lazer também são.
Aqui a criatividade é a chave. O incentivo a outras atividades, além da escola, são essenciais para a saúde mental de qualquer pessoa. O incentivo à leitura, busca por novos hobbies, demonstração de apoio e respeito são bons exemplos.
Uma ótima alternativa é alinhar a pausa das atividades de home office dos familiares com o intervalo escolar das crianças e jovens.
O momento é difícil para todos, especialmente para quem está em fase de aprendizado e desenvolvimento. Diante disso, o ensino acaba sendo prejudicado, pois a saúde mental está sendo consumida por tantos acontecimentos. Sendo assim, a pressão do lar é a última coisa que os alunos precisam, certo?
As famílias devem conversar e entender o momento de cada um, ter paciência e, se necessário, buscar ajuda profissional. Também é fundamental que se façam presentes e incentivem conversas com outros colegas.
Vale dizer que as instituições de ensino estão sofrendo com uma evasão escolar muito grande por conta da descrença em relação à educação. O caminho nunca é pela obrigação, mas sim pela compreensão. Tudo isso só vai dar certo se o aluno enxergar valor na proposta do ensino.
O momento é difícil, mas juntos podemos contorná-lo. As escolas e os mantenedores estão dando o melhor para que a educação não seja ainda mais prejudicada, mas ter o apoio dos familiares e responsáveis é essencial.
Mantenha o contato com a comunidade escolar e seja proativo, isto é, procure a escola - não espere ela te procurar. O cenário é complexo, mas estamos certos de que essa união fará toda a diferença a longo prazo e os impactos serão minimizados.
Já para você, diretor escolar, publicamos um artigo com dicas para criar laços mais fortes com as famílias. Dá uma olhadinha, acesse aqui.