A Base Nacional Comum Curricular atua como um guia para diretores e professores incentivarem crianças e adolescentes a desenvolverem competências e habilidades
Um guia para diretores, coordenadores e professores incentivarem os alunos a desenvolverem competências e habilidades. Essa é uma das contribuições que a BNCC - Base Nacional Comum Curricular traz, inclusive para a educação socioemocional.
Afinal, aprender em sala de aula como lidar melhor com as emoções, adquirir empatia, e desenvolver autonomia para tomar decisões e resolver conflitos, podem colaborar, e muito, com a plena formação de crianças e adolescentes.
Na verdade, a lista dos benefícios é ainda maior, uma vez que sai da esfera do ambiente escolar e atinge toda a sociedade. Isso é possível porque, a partir de estratégias estipuladas pela base, estudantes de todo o país têm a possibilidade de conquistar um amplo desenvolvimento, praticando melhores atitudes no dia a dia.
Criada pelo MEC – Ministério da Educação, a BNCC tem a finalidade de nortear o ensino nas escolas públicas e privadas no Brasil. Com normativas exclusivas, o projeto é destinado para todos os alunos, desde a educação infantil até o ensino médio.
Na prática, a proposta tem a função de ser uma ferramenta para auxiliar em cada etapa escolar, estabelecendo objetivos de aprendizados que devem ser alcançados.
A longo prazo, a expectativa dos especialistas é que aumente a qualidade do ensino brasileiro, uma vez que – com a implantação da medida - existe um certo padrão educacional, que é válido para todas as redes, sejam elas particulares, estaduais ou municipais.
Porém, as individualidades de cada escola, como a metodologia utilizada e suas características sociais e regionais, são levadas em consideração. Por isso, é permitido que cada instituição de ensino estabeleça seu próprio currículo, para que seja condizente com a proposta pedagógica.
Mas, apesar de existir essa flexibilidade, é imprescindível seguir as diretrizes que constam na base. Afinal, são elas que definem o que deve ser aprendido pelos estudantes em cada momento.
Além de seguir as determinações propostas nas etapas escolares, a formação integral desse aluno também deve estar atrelada ao ensino socioemocional.
As competências socioemocionais impulsionam para que crianças e adolescentes tenham melhores atitudes e habilidades, tanto na escola quanto fora da sala de aula. Para isso, desde a educação infantil até o ensino médio, o aluno aprende a lidar com as emoções.
Claro que isso não se conquista de uma hora para outra. É de pouquinho em pouquinho que os estudantes aprendem a se relacionar melhor uns com os outros; são instigados a colaborar e resolver conflitos; desenvolvem autonomia para solucionar problemas; e aprendem a importância de tomar decisões responsáveis.
Todo esse processo contribui para a formação integral de um indivíduo, que tem a possibilidade de conquistar autoconhecimento e, ainda, tornar-se mais empático.
Há um tempo atrás era comum acreditar que as competências cognitivas e socioemocionais não caminhavam juntas. Em uma época não tão distante, nem todas entendiam a importância das emoções para o processo de aprendizado, não é mesmo?
Atualmente, a educação integral já é bem mais difundida e sabe-se que a formação completa do aluno não depende apenas do conteúdo transmitido pelo educador.
Crianças e adolescentes criam vínculos com professores e outros alunos, enfrentam conflitos com os colegas de classe e com as famílias... Ou seja, vivem um misto de emoções dentro das escolas.
Você sabia que estudantes com a competência socioemocional mais desenvolvida, geralmente, têm o desempenho escolar mais satisfatório? E o que a BNCC destaca é que, ao ensinar o aluno a lidar com as emoções, há como consequência uma melhora no raciocínio, na memória, na concentração e na compreensão.
Alguns aspectos são considerados fundamentais na educação socioemocional, como a proteção e o combate ao bullying. Como uma das premissas da BNCC é tornar o aluno um cidadão, com competências e habilidades para viver em sociedade, a escola assume o compromisso de proporcionar a eles princípios e valores indispensáveis para sua formação.
Isso significa que o ambiente educacional precisa ser acolhedor, saudável e respeitoso. Assim, crianças e adolescentes podem sentir, no cotidiano, que o diálogo é a alternativa mais adequada para acolher as diferenças, resolver as dificuldades e conviver com mais harmonia.
Em um espaço onde é possível demonstrar seus medos, angústias e frustrações, sem medo de julgamentos, são maiores as chances de manter equilibrada a saúde mental. E se, com o apoio dos professores, os alunos são incentivados a repensar algumas atitudes, cria-se uma atmosfera de combate ao bullying.
É um processo bonito até mesmo para se observar. Pois, quando o educador impulsiona o senso de autonomia, a importância do autoconhecimento e da responsabilidade, aos poucos ocorre um amadurecimento de cada estudante.
Tudo isso proporciona a construção de um local livre de transtornos e agressões, onde cada indivíduo entende a relevância das suas ações para um ambiente saudável.
Toda pessoa tem momentos de alegria, de tristeza e até mesmo de raiva. E não há problema algum um adulto ficar frustrado por não ter conseguido chegar até a fase final de um processo seletivo que ele tanto almejava, por exemplo. Assim como está tudo bem uma criança ficar brava após perder seu brinquedo preferido.
Agora, a maneira como esses sentimentos são manifestados é o que realmente importa. Mesmo muito bravo e com muita fúria, ninguém tem o direito de ser agressivo, de machucar a si mesmo ou ferir o outro.
E é isso que o desenvolvimento das habilidades socioemocionais mostra para os alunos. Afinal, é preciso aprender a ter autocontrole em situações que determinados comportamentos não são aceitáveis.
Uma das contribuições da BNCC para a educação socioemocional é exatamente essa: ensinar que os sentimentos oscilam, mas que é essencial aprender a lidar com as próprias emoções para se tornar um cidadão firme, gentil e equilibrado.
A primeira versão da BNCC foi redigida em 2014. Um ano depois, teve início uma consulta pública, em que a sociedade pôde contribuir com sugestões e opiniões. Cerca de 45 mil escolas participaram dessa etapa, promovendo a segunda versão do documento.
Em 2016, já com a ressalvas dessas instituições, o projeto foi apresentado em diversos seminários, sendo debatido amplamente em todos os estados brasileiros.
Em um novo ciclo de discussões, a terceira versão da iniciativa aconteceu em 2017, sendo que em dezembro deste ano a BNCC para a educação infantil e para o ensino fundamental foi homologada e aprovada. Já a aprovação para o ensino médio ocorreu apenas um ano depois, em dezembro de 2018.
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