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A educação midiática é fundamental para desenvolver pensamento crítico na era da conectividade. Saiba como implementar o tema em sua escola
Você já ouviu falar em educação midiática? Na era da conectividade, muito se discute sobre como levar a tecnologia para dentro da sala de aula. Mas há outra reflexão crucial para o desenvolvimento dos alunos e que gira em torno de como construir nesses estudantes um pensamento crítico capaz de discernir o que é ou não confiável no mundo digital.
Com isso, se faz crucial a educação midiática, que consiste justamente no aprendizado das habilidades que são necessárias para acessar, analisar, criar e participar de maneira crítica do ambiente midiático nos seus mais diversos e possíveis formatos.
E por qual motivo essa preocupação é tão importante?
Dados provenientes de um estudo de 2011 da University of Southern California mostravam que, diariamente, a quantidade de informações que uma pessoa recebia era equivalente ao conteúdo de 174 jornais.
Com o avanço da digitalização e o surgimento de novas redes sociais, além de outros fatores, esse número aumentou ainda mais. Prova disso são os apontamentos do infográfico Data Never Sleeps da Domo, empresa especializada em computação em nuvem, feito em 2020.
De acordo com o levantamento, naquele ano, a cada minuto eram postados 347 mil novos Stories no Instagram, 147 mil fotos publicadas no Facebook e 41 milhões de mensagens trocadas no WhatsApp.
Não há como ter controle sobre o que circula nas redes de forma rápida e descentralizada. A educação midiática é, então, o caminho para o combate a desinformação em um mar de inúmeras informações.
De acordo com uma recente pesquisa da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, sete em cada dez jovens de até 15 anos no Brasil não sabem distinguir fatos de opiniões.
Esse dado é bastante preocupante, principalmente porque sem a capacidade de reconhecer notícias falsas, boatos e informações irreais, e sem o entendimento de que o compartilhamento irresponsável de mensagens pode ser prejudicial para a sociedade como um todo, esses jovens passam a ser um vetor a mais de desinformação.
As informações que não são verdadeiras podem causar impactos em temas fundamentais na vida dos cidadãos, como dados sobre saúde, política e fatos históricos.
O problema é que, muitas vezes, os conteúdos errôneos são feitos de uma forma que fica difícil até mesmo para um adulto avaliar se aquela informação pode ser levada a sério ou não.
Já sabemos que a digitalização e a web 3.0 são temas que precisam ser olhados com atenção pelas instituições de ensino e a educação midiática deverá fazer parte desse pacote.
O grande objetivo é mostrar aos alunos como identificar informações que representam uma inverdade, com dicas como: checagem de URL; entender se aquele tema está sendo debatido por profissionais e veículos renomados e, na dúvida, o estudante pode até ser convidado a levar o tema para a sala de aula.
O segundo passo consiste em mostrar como a falta de discernimento para analisar informações disponíveis na internet pode afetar a vida do aluno e de outros a seu redor.
Uma dica interessante é fazer experimentos e simulações com os alunos. Nesse cenário, eles podem ser os disseminadores de informações, sejam elas falsas ou verdadeiras. E assim, facilitar o entendimento do poder e dos perigos que acreditar em toda informação a qual esses jovens estão expostos traz.
Trazer profissionais especialistas para dar workshops, mostrar filmes e documentários que abordam o tema de forma didática, além de promover discussões e debates internamente também ajudam a fixar o assunto de forma natural.
E uma das mudanças mais importantes para tornar a educação midiática efetiva nas escolas é capacitar e treinar com frequências os educadores. Afinal, é de extrema importância que eles estejam preparados para tirar dúvidas e passar um conhecimento agregador sobre o tema para todos os seus alunos.
A Base Nacional Comum Curricular – BNCC, documento que define os conteúdos de aprendizagem essencial dos alunos, define a educação midiática como sendo um tema transversal, porém opcional para as escolas. Mas com o grande aumento das informações, o tema se torna uma tendência na área da educação.
É claro que, para focar em uma grade curricular que contemple essa discussão tão importante, é preciso tempo, investimento e comprometimento por parte dos gestores escolares.
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