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Gestão

Como deixar o ambiente escolar seguro sem o uso de máscaras

Pediatra Daniel Becker recomenda às escolas que mantenham as áreas em comum bastante ventiladas, como medida para prevenção de contágio da Covid-19

Publicado em
4/4/2022
09 min
💡 Dica: se a palavra estiver azul, ela é clicável e te leva ao link com mais detalhes!

O mês de março de 2022 foi marcado pela flexibilização dos protocolos sanitários para prevenção do coronavírus em todo o Brasil. Com a publicação de novos decretos, diversos estados e municípios retiraram a obrigatoriedade da utilização de proteção facial dentro das salas de aula.

Apesar de a novidade ter sido comemorada por várias pessoas, uma dúvida reverberou em muitos diretores: como deixar o ambiente escolar seguro sem o uso de máscaras?

O pediatra e sanitarista Daniel Becker, que também é mestre em saúde pública pela Fiocruz - Fundação Oswaldo Cruz, explica que a principal medida que deve ser reforçada nas escolas neste momento é a ventilação.

“Sei que a gente vive em um país tropical, onde os verões podem ser quentíssimos e é importante o ar-condicionado, mas quando possível, neste momento temos que priorizar a ventilação”, pontua.

E mesmo que o aparelho seja ligado, o médico orienta abrir as portas e janelas das salas. “Vai consumir um pouco mais de energia, mas é importante que haja circulação de ar, que é uma das medidas de maior eficácia contra qualquer vírus respiratório. E, dessa forma, a gente minimiza também os riscos de contaminação pela covid”, ressalta.

Uma das melhores maneiras de aumentar a ventilação, segundo o médico, é colocar as crianças e adolescentes para fora dos ambientes fechados. “As escolas que têm espaços externos devem maximizar o uso desses espaços. Os professores podem fazer aulas ao ar livre, programar atividades no parque. Os lanchinhos também podem ser feitos nesses locais abertos”, recomenda.

Ventilação e a higienização

Manter a higiene das mãos, lavando com água e sabão constantemente e utilizando álcool em gel 70%, também são hábitos que devem ser mantidos como medida de prevenção. É importante que os alunos tenham essa prática incorporada no dia a dia, mesmo que protocolos mais rígidos tenham deixado de ser obrigatórios.

Aliás, vale a pena lembrar que o ato de lavar as mãos é até mesmo reconhecido pela OMS - Organização Mundial de Saúde como uma das principais práticas contra epidemias.

De acordo com o Unicef - Fundo das Nações Unidas para a Infância, manter a higiene dessa parte do corpo pode contribuir para reduzir em até 41% a morte dos recém-nascidos. Além disso, atua na prevenção de diversas doenças, como resfriados, conjuntivite, herpes e outras.

A soma das duas medidas, ventilação e lavagem das mãos, pode ser ainda uma boa pedida para lidar com a temporada de maior incidência de vírus respiratórios no Brasil, que geralmente ocorre durante o outono. A estação teve início no dia 20 de março de 2022 e se estende até 21 de junho.

Os especialistas afirmam que o vírus da gripe e o vírus sincicial respiratório representam maior risco para crianças, idosos e imunossuprimidos. Então, para evitar o aumento de casos virais nas escolas, professores e coordenadores podem desempenhar uma forte atuação junto aos alunos sobre a necessidade de manter bons hábitos de higiene, como uma medida de proteção à saúde.

“Higiene tem que ter sempre, não só por causa da Covid-19”, afirma Becker, que será um dos palestrantes do Conecta Escolas Exponenciais 2022, o maior evento de inovação e crescimento escolar brasileiro.

O congresso, que está na sua 5ª edição, será realizado presencialmente no dia 13 de abril, no Expo Center Norte, em São Paulo (SP). Na ocasião, o tema da palestra do médico será: Especial Saúde – Construindo a segurança, mentalidade e cuidados na comunidade escolar.

O debate é voltado para gestores, diretores e mantenedores de escolas, e tem o intuito de impulsionar o olhar das instituições de ensino, proporcionando momentos de transformações, reflexões e atualizações sobre o atual momento vivenciado no país, inclusive no contexto da pandemia.

Clique e acesse o site do Conecta 2022 para mais informações.

Qual o momento recomendado para relaxar medidas?

“Podemos relaxar as medidas quando a transmissão diminui”, comenta o  pediatra.

Membro do Comitê Covid-19 do Rio de Janeiro, o médico Daniel Becker explica que da mesma forma que os protocolos de segurança ficam mais rígidos e restritivos quando a transmissão do coronavírus aumenta, é possível relaxar as medidas sanitárias quando a transmissão diminui.

“No Rio de Janeiro estávamos com uma transmissão quase zerada, muito baixa. Isso é acompanhado constantemente pelas autoridades sanitárias do município e, se houver um aumento, voltaremos às restrições. Mas, neste momento, a transmissão está baixíssima, portanto, o risco de contrair covid é muito pequeno”, informa.

Diante desse cenário, Becker acredita que no atual momento é possível, sim, retirar a obrigatoriedade do uso de máscaras, mesmo em ambientes fechados, como uma sala de aula, por exemplo.

Por outro lado, o pediatra reforça que é recomendado manter a utilização da proteção facial nas pessoas que pertencem ao grupo de risco, categoria em que ele inclui as crianças que não foram vacinadas.

Como no Brasil ainda não há nenhum imunizante liberado para menores de 5 anos, essa faixa etária estaria mais suscetível à contaminação. Mas, apesar dessa ressalva, Becker enaltece que mesmo diante do fato de as crianças não estarem usando máscaras nas instituições de ensino no Rio de Janeiro, ainda não foi registrada nenhuma mudança nos boletins epidemiológicos.

“Nesse momento as crianças estão sem máscaras e está tudo ocorrendo bem, o que mostra que não há motivos para manter restrições muito severas quando a situação epidemiológica permite um relaxamento”, reflete.

Quanto aos diretores e famílias que ainda se sentem apreensivos em permitir a flexibilização desse protocolo no interior das escolas, o médico se solidariza e comenta que é bastante esperado esse sentimento.

“É muito natural que as pessoas tenham dificuldade de aceitar as mudanças, depois de dois anos de pandemia, em que tantas pessoas foram vitimizadas”, justifica.

Mais do que acompanhar os indicadores de saúde do município em que a unidade de ensino está inserida, pode ser uma boa alternativa para os gestores consultar especialistas na área, como médicos pediatras, sanitaristas e infectologistas, para avaliar os riscos, além de sanar as atuais dúvidas e os anseios.

isaac indica

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