Abordar a saúde mental é importante para promover o bem-estar dos alunos. Ao sentirem-se acolhidos, aumentam as chances de os estudantes permanecerem na instituição
Você sabia que, aproximadamente, de 10 a cada 100 meninas que não estavam na turma escolar adequada para a idade poderiam ter conseguido acompanhar os colegas de sala caso os transtornos mentais tivessem sido prevenidos ou, então, tratados?
Se a saúde mental dessas garotas tivesse sido preservada, 5 em cada 100 delas não reprovariam. Já para os meninos, o trabalho de prevenção socioemocional poderia reduzir em 4,8% as repetições de ano.
Isso é o que mostra uma reportagem veiculada pela Agência Fapesp - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, que utilizou os dados de uma pesquisa realizada por cientistas brasileiros e britânicos. As informações foram publicadas na revista Epidemiology and Psychiatric Sciences.
E o que podemos aprender com o estudo, que ouviu mais de 2.500 famílias com filhos entre 6 e 14 anos, é que trabalhar o desenvolvimento da saúde mental na escola, visando o bem-estar e a segurança dos alunos, é fundamental até mesmo para reduzir a evasão escolar.
A pesquisa publicada pela Agência Fapesp afirma que cerca de 11 em cada 100 registros de agressão, seja física ou psicológica, praticadas por alunas poderiam ser evitadas.
E, segundo o estudo, a prevenção ou o tratamento dos transtornos mentais são apontados como a solução para a redução desses episódios.
O levantamento aponta que as fobias e a depressão entre os alunos do sexo masculino impactam diretamente nos índices de evasão escolar.
Os cientistas ressaltaram ainda que há “evidências da importância do tratamento e da prevenção de condições psiquiátricas para melhores resultados educacionais”.
Promover o debate sobre a saúde mental na escola significa encontrar formas para prevenir transtornos mentais, sendo que a depressão e a ansiedade, geralmente, são as manifestações mais comuns.
Segundo a OMS - Organização Mundial da Saúde, no Brasil, entre 10% e 20% das crianças e dos adolescentes têm algum tipo de transtorno, seja mental ou comportamental.
Alunos que têm a saúde mental comprometida, podem ter o rendimento escolar prejudicado e, ainda, aumentam as chances de evasão escolar.
Ensinar os estudantes a reconhecerem os próprios sentimentos e encontrarem maneiras seguras para lidar com as próprias emoções, é um dos caminhos preventivos fundamentais que devem ser implementados pela instituição de ensino.
A escuta ativa dessas crianças e adolescentes é essencial nesse processo. Quando os alunos se sentem acolhidos na escola, diminuem as possibilidades de abandono escolar.
Para isso, é importante conhecer as contribuições da BNCC - Base Nacional Comum Curricular para a educação socioemocional. E para ajudar você gestor a implementar essa temática tão importante, listamos 9 atitudes que podem fazer a diferença no dia a dia da sua escola.
É válido destacar que a participação das famílias na vida escolar dos filhos é de grande relevância, tanto para a própria escola quanto para o desempenho escolar dos alunos.
Confira algumas dicas para promover a participação dos responsáveis na rotina estudantil.
A saúde emocional na instituição de ensino será um dos assuntos abordados na 7ª edição do Congresso Nacional Fenep - Federação Nacional das Escolas Particulares.
Com a temática “Como reinserir estudantes à rotina das aulas presenciais?”, o evento on-line e gratuito será realizado nos dias 1º e 2 de julho. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pela internet.
No primeiro dia do congresso, às 14h10, um painel vai abordar “A saúde mental da comunidade escolar pós-pandemia”. O debate será conduzido por Juliano Costa, Vice-Presidente de Produtos Educacionais da Pearson para América Latina.
Assim que as aulas presenciais foram retomadas no primeiro semestre deste ano de 2022, um dos assuntos que mais tem sido debatido envolvendo o ambiente escolar é a saúde mental dos estudantes.
Vivenciar o isolamento social, imposto pela pandemia da Covid-19, em que era preciso ficar longe fisicamente dos amigos, das instituições de ensino e familiares, foi um grande desafio para muitas crianças e adolescentes.
Medos, angústias e incertezas, sentimentos gerados pela própria crise sanitária mundial, também contribuíram para o aumento de transtornos mentais entre os alunos.
De acordo com um mapeamento realizado pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e pelo Instituto Ayrton Senna, dois a cada três estudantes do 5º e 9º ano do Ensino Fundamental e da 3ª série do Ensino Médio da rede estadual paulista relataram ter sintomas de depressão e ansiedade.
Infelizmente, até as agressões no ambiente escolar, como a prática do bullying, foram mais recorrentes neste início de ano letivo. Saiba qual é o papel da família na prevenção ao bullying escolar.
Tanto a pesquisa publicada pela Fapesp quanto os principais atuais desafios vivenciados pelas instituições de ensino evidenciam a urgência em fortalecer a saúde mental dos alunos.
E, com sua importante atuação transformadora, a escola, os gestores e os educadores têm um papel fundamental neste processo!